.......
.......
Estive procurando razão
e o que encontrei
foi a mim mesmo.

Um baú pesado
de vazio.

Sou achado,
mas não sei se o queria -

alheio a definições,
assim eu me definia.

.......

somos vidro
se amamos
se não amamos?
somos vontade
de quebrar

.......

aqui está
aquilo que esqueci
aquilo que achei
e deti...

aqui está
a vida: de novo!
a sorte: suspensa!
entre gotas

aqui está
a vontade
a sinceridade
e tudo bom...

aqui está
antes de tudo
alegre, fiel
entre nós
o amor

.......

do nada
um estalo
uma encucação

aqui no coração
na emoção
na esperança

de você
em mim

.......

fica
lida
meça

eça coisa
de queirós

.......

lança-perfume
lança-se ti-mim
lança pontuda mata
só não
paixão

.......

daquelas tardes
queria
aquelas tardes

umas
que nunca existiram

.......

te sonhei
ali
sem roupa
assim
tida de mim

foi leve
foi lento
foi lívido

e aqui
foi lindo

.......

senti teu calor
quando não estavas mais aqui

pô amor sabor favor
volta e não sai mais daqui

.......

por mais jaz
que estejas
ressuscitas

por nenhum sêmen
que sejas
nasces

por mais saíres
entrares

concubinas minha existência
a teus olhares

.......

coral
bem sabor
tímida
cínica e minha

te conto
te beijo
te clímax

e tu ris
e tu coras

.......

por que
quando vesti seus olhos
você ficou cega?

.......

beijo a boca
dos seus olhos
durmo ao ventre
do seu púbis
toco o calor
dos seus sentimentos

mas nunca tenho você
só pensamento

e no instante em
que amo

você pesa
você abstrata

.......

eu dilúvio
no teu cio

não amo
pois todos amam

te conspiro
te respiro
te espirro

e te transformo
num deus

cujas rezas
são eus

.......

encarna e aniquila que veludo vi você
humana e emana que impacto se
consome o não-consumo da póstuma-súmula

-

ô infeliz
que não me põe lá no paraíso daqui
suma!

.......

que findo o lindo
o amor o mundo

compassa acha aja!
coração

assoalho, mato, minguo

e fico sem ação
e viro pouco
porquito
pedaço
palito

sem nação

.......

eterno não é
o que dura
mas sim
o que marca

.......

O REINO E A'RTE

que caneta digeriu
o reizete
e o bar
ril?

que rosto errou
rolou
e li
xou?

o dom
o poro
suou

que poema deu?
que cavalo da
do
morreu?

.......

degus te ajuste
a me leve

.......

chora petiz fardado
da perna torta
da dor de cabeça

chora esteta fraco
do orgulho úmido
da vida simples da língua letrada
acessível, sem mil demais

chora a lágrima que não caiu
com o soluço discrepado
a dor que não bem

chora o riso represado
ainda

.......

em leilão
um corpo de mulher
uma
do inquieto
o hímen

certa vez
feito adão
e agora
em meio
à sombra madalena

feito nó-s
a folha cai

.......

a olivetti comeu
minha poesia
e ficou indisposta

- you crazy?
don't talk now

vomit!

.......

areia
apalpada
por estrelas
e lides

me beije
os pés

e durma

.......

a noite cigarra e chuva
a tez estanque da
obrigação

.......

a paulo leminski

você para
a fim de ver
o que te espera

aquela nuvem
ainda te separa
das estrelas?

.......

? qual é
da cabeça
na mesa
bater
a razão

galo

.......

ache
declare a razão
da boa vida maldizente, deplorante
escárnio escova hálito de mal-ser
o dom poroso
vil

.......

que
a cada grito
do grilo

cai um besouro

- essa
labuta
lacrimogênea

.......

rápido
ar (sexo) dente
mendáculo

amor amor
cariado

lúgubre clímax
do orgasmo banaliço
que nada fim

........

o ovo não choca novel:

retine
súcubo

(o) decrépito
porvir

........

minhas mãos dizem tempo
de clarear vida

limpo
limpo
limpo

meu pensamento voa
ao ser

apenas

para
ter
sido

.......

er ( étil e
ene
gre
ci
da
lua
d'
al
ma
pele:

eu
mes ) mo

........

mesmo que nada tenha-se acontecido
na casa de praia
e no passeio até o regato que junta ao mar
onde o banho unificador dos imiscíveis seres

suas lembranças eram sublimes
de momentos clareados
numa fusão de reais e fantasiosas horas
as quais ao fim da sensação
pareciam ter todas acontecido

que importa se não?

apenas aguarda
reviver
na praia de ipioca
aquele (ir)real amor

.......

(me)

frijo
como retraio

não limito
mas nem caibo

só águo

.......

estrelinha
cadente

onde me toca o céu

ilumina abstrata
e baila

concreta de dom

estrelinha
metamorfose
(já ascendente)

me abraça de nuvens
e lua
todos nós

.......

nada existe
tudo prolixo
nada nada

mas céptico
cai nágua

e jaz
por nada

.......

flácida
a cor
gela
tina

mistura
des
cortina

o
orgasmo
púl
pito
não com
bina

.......

cognoscível
misti cismo

parâmetro à
terra aversa

o repente
penso:
é a veleidade
morta

.......

da brisa nua boêmica
o riso a troca o pro a
tua

calma
 de flutuar

fidúcia o
espírito

e ininterrompe o a
mar

.......

pousa
entusiástico

e causa
medo

instrumento
o

desleixo

.......

Minhas mentiras são verdades na escuridão.
Uma posposição irrealística do real.
Uma quimera condicio-nada existencial.

A lavagem suja
do dinheiro puto.

.......

há-me
uma casca
invita

que
se me faz
não eu

- ovo afecundado

.......

para zeni

dogmaram-te
tuas pombas

verticalizaram-te
teus oitos infinitos

outraram-te
teus tus

em vão
em vão

pois vim

e androsei-te
teus zênites

.......

A infinitude demonstra-me finitos
que se pedem espaçar.

A pele me reúne tempos do cosmos
que se desfazem
como tenho-me desfeito.

.......

a lua a jato
açula

céu metálico
e minha mãe
ainda busca, cadeira
a
janela
joeira

.......

d'ontem
a verde-mosca
aiou:
aqui-del-rei!

foi inaudita
pôs-se jazigo
na palma
do meu
colchão

.......

todos os voos pássaros
insetos
jatos
áqueos

são
a tez humana

o momento álacre
da morte

.......

num espaçopasmo
o vil
complemento
retoma-se cônscio

que o substantivo
é todo ele
adjetivo

.......

sublevam-se
da gota-dágua
inerte em minha mão

os diamantes
de mim

.......

a ´gua foi suspensa no tempo
para glauca
esperar
tempo

daí a mão espargi'o balde

.......

sei-me
em caverna

onde matéria borbulha
ululante por atos

que em potências
cicutam

.......

a janela azul-matutina
penetra
pelo céu aberto

em mim

deixando viver
em pensar

.......

dedos de nariz circunspectam
armas em dores pós orgásmi
cas deflagrantes sobre carti
lagens espérmicas onde a
pura natura, o inseticídio o
século vinte e vinte e um uma
porra-madonna-louca jesus
christ!

platão! platão!

.......

 cri no mar
por nova igreja

e as cores
sobretudo
o azul

em fleumas
to be strong

.......

oculares clímax
manuais
ideiam cumpim

.......

tudo que fui -
imagens

nada senti ou pensei
além de imagens

imagens de minha
própria imagem

que me obnubilaram
por serem mim

e cegando perdi existência
por ter contemplado
apenas com os olhos

.......

a little herdsman
among his black cows
gazed at me
asking for some news

but the news
was only my glance

such as all the others
will be

.......

 o coração não é assunto
em dolências

todo ele e o corpo
não lembram de si

emergindo apenas
dor

of faith
that used to be short

.......

o pólen
of my right hand

soçobra em vapores
lunáticos

not realizing love
and seeming to be in low spirits

.......

a água
desfalece em gelos
na tez do sol

por se preparar
o sepulcro
da morte

.......

que
o anoso pano
de cozinha
diz suas rugas -
bordado desfeito -
com altivez

por ainda
masturbar os
instrumentos

de comer

.......

a ave morta siava

no forno assante
de vida cárnea

- e já não havia
mais voo

.......

bees
were put
in my mind

i buzz
becoming
a man

whose soul
shouts

kafka
again

.......

a estrela-de-leminski
me caiu
ainda lince

no olhar
de coração

.......

me toque
em cosmos

é o instante criador

do limite
entre

o nada
e a forma

.......

without words
i made myself
my self burnt all dreams
with lighters of scare

the wood is over -
the heart has sunk
there is a little bit of blood

but i am not able
to depart

.......

tragam meus momentos pósteros
christ!
a abnegação imota
da cessação
evolutiva

.......

a divindade não impede o erro:

o ser conveniente satisfeito
na alegoria de estar
suspenso do real

o peso tenro kundera
de um huma a no rmal

.......

the second growing son

mundo mundo
vasto céu!

onde andais vós
co'as sereias?

entre nós, mundo,
nós?

.......

lord!
we have stated our imperfection
the dream cannot come true

the faith is through
you know that we are not worth
to live at all

and we have got just one last wish:
take our freedom!
no more free will...

sink us kill us vanish us

even so we can see you will never do it
for the punishment to suppose
we could grow up being free

is to bear the consequences
of being free

.......

o ar
é-me impossível ser
efêmero ou vão

por conceber-te
em mim anacoluto -
concretização

!vírus tátil
que poetas de poetas
para poetas amam
poetas

?claudicação

.......

a matização do seu olhar
surgiu-me íngrime

nexo cercante entre
vapores concretos
e lábio condensado

ACLIVE

que dista-os
e tocam-se

onde febril
deixo de me ser:

sou ti

.......

eu sorriso quando você me fala eu a sinto
você intrínseca inabitável
eu parco paralipse

somos fixos à elipse
nublosa

sua imagem terra a voz lava
e então você música eu ouvido

somos ínvios?

- escápoles

.......

é um futuro
a mônica

a felicidade
crônica

.......

ANDROCOMA

ideais vazios
guiam
palavras átonas

.......

alguns
asteriscos luminosos
contam-me aos olhos
a puberdade da doença

para que eu respire
e asfixie a dor
contra a qual
o riso vacina

.......

há tempos
você me
sabe e
não realiza

eu o
assisto e
eclipsa

as nuvens
caminham

o dia a noite
fixa

e o orvalho
seca

.......

UNEASY BEARING

cold
life
feather
weight

my heart still bows
and stares at the emptiness

even when there is
a promising flame

.......

O CORPO É ADORNO
(ou quarta de cinzas)

o corpo é vangelho
o corpo é lemento
walt whitman
epicentro

o corpo É CCE HOMO
o corpo é smalte
trabalho
mão
idade

o corpo é ra de cristo
o corpo é lucubração
cama
éden
composição

o corpo é terno
o corpo eco
evo
limitação

o corpo é motivo
o corpo ególatra
sexo
carna-vau

.......

A PLENITUDE DA VERDADE

O desejo irrealizado torna-se a mentira sensível.
A necessidade traz a mentira verossímel.
O erro é assertiva para minha mentira.

Todo arranhadura é turvante.

A mentira é semântica.
A maior semântica é verdade.

.......

all about beans
all about rice
all about me:
rice and beans
all about eve
n being
imperfect

.......

ALGODÃO VASOMOTOR

A toalha de banho,
voltada sobre si,
pende na flacidez do varal.

E a sombra de seus vincos
expõe um rosto vaso.

(.......)

Tamanha sutileza
guardam os espectros
guindados em mim!

.......

estas noites de outono
têm um profundo e negro céu

tímidas
as nuvens procuram-se
num branco fixo e holográfico

a brisa eucalíptica
e o calmo calor dos corpos
fazem um perfume feliz

.......

O ZÊNITE DA VIDA

morrer já não me seduz
ou desanima

apenas aguardo seu reconhecimento
a ser usado -
no momento

a morte é meu coração que pulsa
e jorra vida em minhas veias

e será seu próprio descanso
pedido, sem recusa

.......

SEGUNDO FILHO CRESCENTE

forma crivo
cripta
sumo
fonte
síntese clima

sentido fato cápsula
felina

sede célere
fuga fremente

s f c

canivete suíço

.......

amanheci
a primeira vista
foi rodada em preto e branco -

um velho e deserto
filme de faroeste

com sua revista poeira

. . .

apenas uma borboleta
deslo(u)cada
urdia um voo
colorido

.......

VINTE CAVALOS E CEM DÓLARES

adormeci
à primeira vista maceió
barganha a tolice -
como winnebagos

é uma cidade seca
um longínquo oeste
prevendo thomas jefferson

. . .

e ainda um búfalo
extinto, erra pela
evasiva
região

.......


(mais atualizações a caminho)